Santa Cruz e investidores fecham acordo sobre cessão do Arruda e destravam negociações da SAF

Eri Santos
8 de ago.
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O impasse que travava as negociações entre o Santa Cruz e o grupo de investidores interessados em adquirir 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) coral chegou ao fim. Após reuniões realizadas em São Paulo, Belo Horizonte e Recife, as partes entraram em consenso sobre a cessão definitiva do Estádio do Arruda, ponto central das tratativas.

Segundo o presidente tricolor Bruno Rodrigues, os termos da proposta vinculante sobre o estádio foram ajustados para atender aos interesses de ambos os lados. Uma das mudanças mais relevantes envolve o período de comodato (cessão de uso) do Arruda. Antes fixado em 50 anos, renováveis por mais 50, o prazo foi reduzido para 35 anos, com possibilidade de renovação por mais 35. O período valerá até a alteração da Lei Municipal de 1952, que estabelece que o terreno pertence à Prefeitura do Recife.

Outro ponto alterado foi o cronograma de investimentos: o plano inicial de R$ 100 milhões em melhorias ao longo de 15 anos será concentrado em apenas três anos, permitindo que o estádio tenha capacidade para 60 mil torcedores de forma mais rápida.

Mesmo com a cessão, o Santa Cruz, na condição de associação, manterá 10% de toda a receita gerada pelo novo Arruda, incluindo rendas de jogos, shows, lojas e restaurantes. “O Allianz Parque, por exemplo, faturou R$ 240 milhões em 2024, dos quais R$ 40 milhões foram repassados ao Palmeiras. O Santa Cruz terá, proporcionalmente, uma boa receita anual”, afirmou Bruno Rodrigues.

Com o acordo firmado, o presidente adiantou que, na próxima semana, apresentará um novo cronograma para o andamento da SAF, com datas para análise e votação da proposta no Conselho Fiscal, Conselho Deliberativo e Assembleia Geral de Sócios. “Antes, o processo atrasou por causa desse imbróglio, mas agora vamos seguir dentro dos prazos estabelecidos”, concluiu.