CBF apresenta modelo inédito de Fair Play Financeiro e confirma lançamento oficial no dia 26 de novembro
- Eri Santos

- há 4 dias
- 3 min de leitura
Versão final será divulgada no Summit CBF Academy; clubes e federações podem enviar sugestões até o dia 14 de novembro.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou nesta terça-feira (11), no auditório da entidade, a última reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Fair Play Financeiro. No encontro, foi apresentada uma versão preliminar do modelo de sustentabilidade financeira desenvolvido em parceria com clubes, federações, consultores independentes e empresas especializadas.
Os participantes poderão encaminhar sugestões até as 18h do dia 14 de novembro. A versão final do regulamento será apresentada no Summit CBF Academy, marcado para o dia 26 de novembro, no Rio de Janeiro.
Participação coletiva e construção conjunta
Após três meses de trabalho, a CBF destacou o caráter colaborativo do processo de elaboração do modelo. O diretor executivo da entidade e relator do GT, Helder Melillo, ressaltou o envolvimento direto dos clubes e federações.
“Ficamos muito felizes com a ampla participação dos clubes e federações, que demonstra o sucesso desse novo modelo de gestão da CBF, pautado pelo diálogo e pela construção coletiva. Recebemos diversas informações e sugestões, e conseguimos acolher cerca de 80% das contribuições”, afirmou Melillo.
Segundo ele, o regulamento reflete, em grande parte, as propostas apresentadas pelos integrantes do grupo. As sugestões que ultrapassam o escopo de atuação da CBF serão encaminhadas às instâncias competentes.

Inspiração internacional e adaptação à realidade brasileira
O novo modelo de Fair Play Financeiro foi inspirado em regulamentos adotados nas principais ligas da Europa — Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França —, mas adaptado às condições do futebol brasileiro.
De acordo com Caio Rezende, diretor da CBF Academy, o desafio foi desenvolver uma regulamentação aplicável à realidade econômica dos clubes nacionais.“
O maior desafio foi criar uma regulamentação que fizesse sentido para a realidade dos clubes brasileiros. Estudamos detalhadamente grandes modelos europeus, mas adaptamos à nossa realidade. Buscamos um sistema que priorize a sustentabilidade: que os clubes não gastem mais do que arrecadam e não acumulem dívidas”, explicou.
Rezende destacou ainda que o objetivo é criar um ambiente seguro para atração de investimentos, sem comprometer a autonomia administrativa das equipes.
Avaliação positiva dos clubes
A proposta foi bem recebida pelos representantes dos clubes participantes do GT. O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, elogiou o trabalho desenvolvido e ressaltou a importância do novo sistema.
“A avaliação é muito positiva. Foi feito um excelente trabalho em pouco tempo, com regras bastante claras. Alguns ajustes ainda precisam ser tomados, mas é uma ferramenta importante e muito necessária no futebol brasileiro. Tenho certeza de que, em médio e longo prazo, vai ser bom não só para o futebol, mas para os clubes também”, afirmou o dirigente.
Debates sobre SAFs, reforma tributária e CNRD
Além da apresentação do modelo de Fair Play Financeiro, a reunião contou com painéis sobre temas que impactam a gestão dos clubes brasileiros. Entre os assuntos discutidos estiveram a introdução das SAFs, recuperação judicial, reforma tributária e mudanças na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD).
O advogado Marcelo Doval Mendes destacou que o novo sistema busca prevenir crises financeiras antes que os clubes precisem recorrer a processos de recuperação judicial.

Já o tributarista Igor Mauler abordou os impactos da reforma tributária, alertando que tanto clubes SAFs quanto associações precisarão se adaptar ao novo cenário de alíquotas.
Encerrando a programação, o advogado Vantuil Gonçalves apresentou um painel sobre a modernização da CNRD, que passará a operar de forma integrada ao sistema de Fair Play Financeiro.




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