Marcelo Cabo projeta Santa Cruz com “70% de sua cara” na estreia da Série D

O Santa Cruz entra em contagem regressiva para a estreia na Série D do Campeonato Brasileiro sob novo comando. Há pouco mais de uma semana à frente do Tricolor do Arruda, o técnico Marcelo Cabo já começa a moldar a equipe com suas ideias e métodos, embora reconheça a base sólida deixada por seu antecessor, Itamar Schülle.

Em entrevista ao podcast Embolada, o treinador avaliou o início da sua trajetória no clube e projetou que, mesmo com o curto período de trabalho, o Santa Cruz terá cerca de 70% de sua filosofia já implementada no primeiro compromisso da competição, contra o Treze.

— Desde a minha chegada, eu consegui já implementar alguma coisa, alguma ideia para esse início de trabalho. Acho que já dá para a gente, no jogo com o Treze, ter aí talvez 70% do que eu penso implementado. E o resto é sequência — afirmou Cabo.

O início da Série D foi adiado em uma semana, com os primeiros jogos agora marcados para os dias 19 e 20 de abril, o que dá ao treinador mais tempo para ajustes e entrosamento. Ainda assim, a declaração de Cabo foi dada antes da confirmação da nova data — o que, posteriormente, se tornou um alívio a mais para o planejamento da comissão técnica.

Outro ponto positivo, segundo o técnico, é o calendário mais espaçado da competição. A disputa com jogos semanais permite um trabalho mais focado nos treinos e na evolução tática do time, diferente da realidade vivida por Cabo em passagens anteriores por clubes da Série A e B.

— O que me traz de vantagem é uma competição que eu jogo uma vez por semana. Durante muitos anos eu militei na Série A e Série B, onde você às vezes joga três jogos em seis dias. Então o planejamento de elenco, de equipe, até o perfil de atleta para essa competição, é diferente — explicou.

Cabo também fez questão de destacar o trabalho deixado por Itamar Schülle, classificando a equipe como “consistente”, embora com características distintas de seu estilo de jogo.

— O Itamar tem uma ideia de jogo dentro do Santa Cruz que eu pude perceber nos vídeos que vi. Uma equipe muito consistente, mas que é um pouco diferente da minha característica. Eu gosto mais de um jogo apoiado, propositivo, com transições apoiadas. Minhas equipes têm uma situação reativa muito rápida, não de pós-perda. Costumo dizer que quanto mais perto eu estiver do gol do adversário, ele está mais longe do meu gol — completou.

Com discurso alinhado à realidade e uma proposta de evolução gradual, Marcelo Cabo quer levar o Santa Cruz à classificação na fase de grupos com uma equipe cada vez mais adaptada ao seu estilo — mirando estar em forma ideal no mata-mata, onde o verdadeiro desafio da Série D costuma começar.