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ASA-AL propõe criação da Série E no futebol brasileiro, mas enfrenta resistência da CBF

Foto: Divulgação/ASA-AL

O ASA-AL, tradicional clube de Arapiraca, reacendeu um debate relevante no cenário do futebol brasileiro: a criação de uma nova divisão nacional, a Série E. O pedido foi oficializado pelo presidente do clube, Rogério Siqueira, em agosto deste ano, com o objetivo de oferecer mais oportunidades às equipes sem divisão, garantindo calendário fixo após os estaduais.


Atualmente, o futebol brasileiro conta com quatro divisões nacionais: Série A, Série B, Série C e Série D. Dessas, as três primeiras possuem formato padronizado com 20 clubes cada. Já a Série D, a porta de entrada para as competições nacionais, conta com 64 equipes, selecionadas com base no desempenho nos campeonatos estaduais. Isso deixa muitos clubes tradicionais e emergentes sem competições durante grande parte do ano.


A proposta do ASA é reorganizar a pirâmide. A ideia sugere manter a Série D com 20 clubes, nos mesmos moldes da atual Série C, e criar uma quinta divisão, a Série E, que abrigaria 64 equipes no formato vigente da atual Série D. Segundo Rogério Siqueira, a mudança traria maior inclusão, ampliando o número de clubes com calendário fixo e ajudando a desenvolver o futebol nas regiões mais carentes do Brasil.


A resposta da CBF

Embora a proposta tenha ganhado apoio entre clubes e membros da Comissão Nacional de Clubes (CNC), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) demonstrou resistência. Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, argumentou que o atual formato da Série D já foi estruturado para incluir o maior número possível de equipes e gerar receitas aos participantes. Além disso, ele alegou que a criação de uma nova divisão exigiria recursos financeiros e logísticos que, no momento, não estão disponíveis.


Contudo, Rodrigues deixou em aberto a possibilidade de retomar o debate no futuro, caso sejam apresentados argumentos e soluções consistentes que justifiquem a criação da Série E.


Impacto nos clubes sem divisão


A proposta ganha ainda mais relevância em estados e regiões onde há poucas vagas na Série D. No Distrito Federal, por exemplo, apenas dois clubes têm garantido acesso à competição nacional, enquanto os demais enfrentam uma temporada de inatividade após o Candangão. Isso afeta equipes tradicionais como Gama e Brasiliense, que, por terem ficado em terceiro e quarto lugares no campeonato local, terão calendário limitado ao estadual em 2025.


Esse cenário reflete o problema enfrentado por dezenas de clubes no país: após a disputa dos estaduais, a maioria das equipes fica sem jogos por até nove meses, dificultando a manutenção do elenco, patrocinadores e o desenvolvimento do futebol local.


Mobilização e próximos passos


Mesmo com a resistência inicial da CBF, os clubes seguem otimistas. Para eles, a criação da Série E não apenas amplia o alcance do futebol brasileiro, mas também fortalece economicamente equipes menores, possibilitando a formação de novos talentos e a sustentabilidade de clubes históricos.


A ideia é buscar apoio político e estrutural para amadurecer a proposta e sensibilizar a CBF. Caso implementada, a Série E poderia entrar em vigor já em 2025, com consolidação esperada até 2027, trazendo um novo capítulo ao futebol nacional e potencialmente impactando positivamente a base da pirâmide esportiva no Brasil.

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